sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Estação Telegráfica de Vilhena construída em 1911 por Rondon
O Trilhando a História gravou no mês de julho, uma série de cinco programas sobre a Caranava FORD e a histórias dos municípios de Rondônia. Essa semana será exibido a matéria gravada na localidade de Vilhena, no sul do Estado de Rondônia. A história de Vilhena tem algo em comum com muitos outros municípios de Rondônia. Sua história teve início no começo do século XX, por volta de 1910, quando o tenente-coronel Cândido Mariano da Silva Rondon construiu nos campos do Planalto dos Parecis um posto telegráfico, ligando várias cidades entre Cuiabá e Porto Velho, e fazendo com que surgissem vilas ao redor.
A Comissão Rondon realizou a obra de ligação telegráfica entre Cuiabá e Santo Antônio do Rio Madeira, promovendo a ruptura do isolamento do oeste amazônico. Os trabalhos iniciaram no ano de 1907, no governo Afonso Pena, e foram concluídas em 1912 no governo Hermes da Fonseca. As picadas abertas na mata serviriam anos depois para a trilha da BR-029 (atual 364) e proporcionaram o surgimento de povoados que se transformaram em municípios do estado (Vilhena, Pimenta Bueno e Jaru). O ponto Final da linha telegráfica ultrapassou Santo Antônio do Rio Madeira e chegou a Porto Velho, em Rondônia. Em 1909, o tenente-coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, que atuava como chefe da comissão e construção da linha telegráfica de Mato Grosso-Amazonas, liderou uma expedição de 42 homens por regiões amazônicas. Em determinado ponto, ergueu um acampamento, visando a realizar estudos sobre o ecossistema e o comportamento dos povos indígenas. Era ser desenhado o esboço do que viria a ser a cidade de Vilhena, no estado de Rondônia. O trabalho de Rondon seria completado alguns meses mais tarde com o estabelecimento de uma estação telegráfica, nas margens do Rio Piraculino. A região da atual cidade de Vilhena distancia-se cerca de cinco quilômetros desse rio. Tal região, porém, já havia sido desbravada cerca de 200 anos antes, quando bandeirantes como Antonio Pires e Paz de Barro denominaram a área como Chapadão dos Parecis. Concluída a obra da estação telegráfica, Rondon homenageou o antigo engenheiro chefe da Organização da Carta Telegráfica da República, Álvaro Coutinho de Melo Vilhena, falecido havia pouco tempo, batizando-a de Vilhena. Em 1910 a estação começou efetivamente a funcionar, atraindo moradores para a região.
Em 1938, o posto telegráfico de Vilhena tinha como habitantes apenas duas famílias. Abandonadas pela administração de linha telegráfica havia 8 anos, viviam da criação de bodes e cabras. Esse é o testemunho de Claude Lévi-Strauss, que relatou sua passagem pela região em seu livro Tristes Trópicos.
Durante quase 50 anos, foi o Posto Telegráfico da passagem do homem civilizado por esta região e, somente ao final da década de 1950, a sua presença tornou-se mais efetiva. No ano de 1959, o presidente Juscelino Kubitschek iniciou a BR-29 (Brasília/Acre), atual BR-364, que integrava a região Norte com as demais regiões do País. Vilhena é a entrada da Amazônia Ocidental, o que permite receber a denominação "Portal da Amazônia Ocidental", e teve seu povoamento caracterizado por vários fatores:

• Fluxo migratório das regiões mais populosas do País (sudeste/sul), a procura de novas áreas para melhoria do desenvolvimento econômico. • A existência de um clima saudável, próprio da região do Planalto; • A riquezas das matas locais (muita madeira, hoje quase esgotada); e • A construção da verdadeira rodovia de interligação (Brasília/Acre) BR-364.
Em 1964, por meio do Ibra (Instituto Brasileiro de Reforma Agrária), e depois do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), ocorreu distribuição de terras da União a colonos dispostos a se fixarem na região. Este fator atraiu migrantes de todos os quadrantes do País. Nesta ocasião chegavam as primeiras cabeças de gado (80 reses) e instalavam-se o primeiro posto de gasolina, o primeiro hotel e restaurante, tudo propriedade do pioneiro Ferreira Queiroz. Após o golpe militar de 1964, chega o 5º BEC (Quinto Batalhão de Engenharia e Construção), para a conservação da estrada, tendo à sua frente o comandante Todeschini, que residia em Vilhena. Construiu-se a primeira igreja católica. Vilhena começa a se consolidar com a construção da atual rodovia BR-364. No início de 1960, o presidente Juscelino Kubitschek visitou a região para inaugurar a rodovia Brasília-Acre e vistoriar as obras da BR-364. Para tanto, uma pista de pouso teve de ser construída de forma urgente para receber o comitiva presidencial, atraindo número significativo de trabalhadores para a região. A pista passou a ser uma referencia para as operações do Correio Aéreo Nacional e para empresas como a Vasp e a Cruzeiro do Sul, que tinham dificuldades de implementar suas rotas amazônicas. Outro impulso vindo na esteira da construção da pista foi a instalação de um destacamento da Força Aérea Brasileira na região e um pequeno hospital militar.
Muitos trabalhadores que vieram construir a pista de pouso e a rodovia fixaram-se na região e grande número de pessoas foi estimulado a buscar melhor sorte na nova cidade que se formava.

O Trilhando a História vai ao ar todas as terças no canal 17 na Rede TV Rondônia no programa Fala Rondônia ao meio dia em rede estadual e em horários alternativos nos canais 20 e 25.
Os programas ficam a disposição no site WWW.amazoniavideo.com

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